13 outubro 2010

CRAVO BRANCO

Veio do nada, indicava ser uma flor
Nasceu viçosa, e tão cheia de fulgor
Não a plantei, simplesmente apareceu
Se alguém o fez; creio ter sido um beija-flor.
Trouxe em seu bico a semente, e ali lançou
Em poucos dias germinou, se fez nascer
Desenvolveu-se e foi tomando seu espaço
Acompanhei-a passo a passo, o seu crescer.


E com o tempo, linda flor desabrochou
Um cravo branco, como nunca vira assim
Tive um presságio que era a vida a me sorrir
Tão perfumado, tinha o cheiro do jasmim.


A branca flor, deslumbrante, sem igual
Espécime raro, quimérico, em meu quintal
Perguntava-me; terá ela um triste fim...
De onde veio, e quem a plantou pra mim?...


Seria os deuses, que por dó ou brincadeira
Aproveitando a vasta sombra da palmeira
Teriam ali, depositado a tal semente...
Que belo cravo, foi-me dado de presente.


E que ficou por longo tempo a perfumar
A enfeitar o meu viver, meu coração...
Até que um dia, um vento forte o fêz ao chão
Geme de dor o meu jardim; que solidão!

Autora: Pequenina

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Fátima Amorim